Significados e aspectos simbólicos das marcas

Tenho estudado sobre marcas desde 2006, já são quase 20 anos nesta jornada!

Em 2006 eu tinha uma agência de publicidade em São José do Rio Preto (SP) e um amigo do meu sócio foi nos visitar. Ele estava fazendo uma especialização em branding na Faculdades Rio Branco.

Este foi o primeiro contato que tive com o termo branding e me apaixonei de imediato. Na minha pós-graduação, finalizada em 2014, escrevi uma monografia de quase 70 páginas sobre identidade de marca na pós-modernidade.

Uma experiência incrível de pesquisa e aprendizados. Agora, depois de quase 10 anos, me dedico novamente à pesquisa científica/acadêmica sobre marcas, com um foco bem específico em marcas ativistas.

Apesar de ter um foco bem claro, sempre que posso, estudo também sobre a gestão de marcas de forma geral e temas correlacionados.

Isso me possibilita fazer um trabalho cada vez melhor na área de marketing, além de poder agregar valor a todos os projetos em que me envolvo.

O uso de símbolos pelas tribos primitivas

Hoje estava lendo sobre as antigas tribos que utilizavam símbolos para diferenciar as pessoas de acordo com suas funções: caçador, guerreiro, coletor, cuidador, líder de grupo etc.

Cada pessoa carregava objetos, adereços ou pinturas corporais que a identificava para o restante do grupo e dizia quem ela era, o que se podia esperar dela, a que tribo ou grupo pertencia.

Hoje, as marcas podem trabalhar da mesma forma, construindo significados que podem ser associados às pessoas usuárias.

Pense em uma marca de motos que está diretamente ligada com a liberdade, com estrada e amigos. Sim, essa mesma, das cores laranja e preto.

Os elementos utilizados na construção das comunicações da Harley-Davidson estão diretamente ligados às associações que eles querem continuar construindo (desde 1903).

Transdisciplinaridade do estudo sobre marcas

Dentro deste contexto, é interessante observar como o estudo das marcas é transversal e transdisciplinar.

Ao entender sobre a história da humanidade, como se organizavam em tribos, podemos descobrir comportamentos que ainda hoje são direcionadores para nossas escolhas e podem ser muito úteis na gestão de marcas.

Afinal, tudo o que compramos tem marca. Algumas muito bem administradas e outras em que, por desconhecimento dos proprietários, deixam muito dinheiro na mesa.

O que quero dizer com isso é que as marcas precisam se preocupar diariamente com as associações que elas criam na mente dos consumidores (e também de outros públicos).

Absolutamente tudo o que uma empresa faz reverbera na percepção que as pessoas do público externo tem sobre sua marca.

Agora, quando se tem um plano, um brandbook, diretrizes claras do que deve ser comunicado, das associações que devem ser criadas, todas as pessoas da empresa sabem como agir e a marca começa a ganhar força.

Não preciso dizer que marcas fortes apresentam inúmeros aspectos positivos, mas principalmente, têm capacidade de colocar mais dinheiro no caixa das empresas.

Pense que a marca da sua empresa é uma tribo e se faça algumas perguntas:

  • Como as pessoas devem perceber essa tribo?
  • Quais sentimentos devem nutrir a respeito dela?
  • Quais objetos podem ser utilizados pelas pessoas que trabalham na empresa para que identifiquem a marca através deles?
  • Qual causa sua tribo, aliás, sua empresa defende?
  • É fácil para as pessoas ligarem a causa à sua marca?

Estas são questões que você deve se fazer sempre que quiser identificar se a sua marca está no caminho certo do crescimento sustentável.